Dia 15 de setembro de 2013. Em meio a uma multidão de pessoas no Rock in Rio, fui privilegiada e ganhei uma passagem da Gol Linhas Aéreas com acompanhante pra poder voar onde eu quisesse dentro do Brasil (exceto Noronha) e América do Sul + Panamá.
Tentei, tentei e tentei viajar o quanto antes, mas não, por algum motivo essa viagem
não saía...
Dia 20 de maio de 2014: enfim, estava embarcando! Chamei uma das minhas grandes amigas, a Cahh Guimarães, e fomos rumo a Argentina e Uruguai. Foram dez dias de viagem. Dez dias de uma viagem incrível. De experiências, hábitos, lugares, culturas, pessoas.
Embarcamos no Rio, e chegamos algumas horinhas depois em Buenos Aires. Ficamos hospedadas num dos melhores hostels da cidade (pra não ser tão pretensiosa e dizer o melhor) rsrs. O famoso hostel era o Mil House! Um albergue voltado totalmente pro público jovem, animado, afim de se divertir, conhecer pessoas, e acima de tudo confraternizar de uma forma feliz e com pessoas que você nunca viu na sua vida! Bem localizado, com uma arquitetura e uma decoração impecável. Limpo, fofo, e bem conservado. Com quartos amplos, claros e arejados, todos com calefação. Não poderia ser melhor! (Sem falar em todos os funcionários, atenciosos, simpáticos e mui amables!!!)
Chegamos e já nos deparamos com uma boa noticia: toda noite tem festa ou uma programação diferente. Como são duas unidades, um dia a festa é em uma, e no dia seguinte na outra. Entre todas as atividades, são oferecidas aulas de tango gratuitamente, beerpong (uma espécie de ping pong pra ficar bêbado), shows de música ao vivo, festas com todos os tipos de musica... Era o lugar perfeito!
Ficamos em um quarto coletivo feminino, pela primeira vez na vida. No começo achamos que seria complicado, mas depois percebemos que é muito mais fácil viver em coletividade desconhecida do que se parece...
Foram 6 dias na capital argentina. Não deixamos de ir um dia sequer nas festas do hostel, onde começava as 23h e acaba impreterivelmente às 2h pm. Todos os dias após a festinha na nossa "casa" eram oferecidos pacotes pra boates e pubs com transporte.
Mas ja era tão prazeroso o nosso esquenta, que já nem tinha graça ir todo dia pra balada.
Acordávamos cedo, a ponto de pegar o café da manhã (tá tudo bem, não todo dia confesso rsrs) e depois saíamos a bater perna pelas ruas frias e congelantes que nos esperavam.
Calle Florida, Galeria Pacífico, Praças, Av. 9 de Julio e 18 de Março entre outras tantas mais...
Cada dia almoçamos em um restaurante diferente, onde sempre comíamos um generoso pedaço de carne e um acompanhamento! (Ps: na Argentina quando temos pouca grana ou quando queremos economizar, não é necessário ficar à base de fast-foods, pois, o valor é quase o mesmo, e como o Real é super valorizado, pra gente sai baratinho do mesmo jeito!)
Fizemos amizade com quase todos os brasileiros também hospedados no nosso hostel, e ao invés de compartilhar os programas sozinhas, eu e Cahh, começamos a sair com nossa nova galera! Foram sem juntando alguns israelenses, e algumas outras pessoas do mundo a fora. Até um pagodinho improvisado rolou, entre brasileiros, argentinos, americanos e por incrível que pareça, um dos percussionistas era japonês!!
Depois de rodar a cidade quase que inteira, e mesmo assim deixar de visitar vários lugares, resolvemos ir ao zoo de Lujan. Aquele zoológico onde podemos tocar no animal, e tirar fotos com os animais mais selvagens que existem.
Que experiência incrível. O zoo fica a 45 minutos de Buenos Aires, e custa cerca de 135,00 reais. A gente comprou numa agência de viagem, com direito ao transporte saindo do nosso próprio hostel. As filas são grandes, a demora é chata, mas quando entramos nas jaulas e vemos aquele Rei Leão na nossa frente, ou aquele tigre branco gigante, esquecemos do tanto que demorou pra estar ali, e todos só pensamos em uma só coisa, tirar uma foto pra se recordar daquele momento. Existem animais de grande e de pequeno porte, entre filhotes e adultos, entre aquáticos, terrestres e voadores, das mais variadas espécies, tamanho e beleza. Demos comidinha ao elefante, seguramos a arara, vimos o tucano brincar com um pedaço de papel (que mais parecia um cigarrinho enrolado)... Foi uma grande experiência entrar em contato com os animais que talvez não tenhamos outra oportunidade confiável em vê-los assim, tão próximo.... Resumindo: A-do-ra-mos!!
Domingo, dia de ir embora... Não queríamos, mas tínhamos que ir, afinal, ainda tinha o Uruguai pela frente. Nossa vontade de ficar ali, naquela cidade com nossos novos amigos foi tão grande, que resolvemos ficar por mais um dia. Seria mais uma festa a noite, no nosso querido hostel, e mais um dia pra aproveitar e desfrutar da nossa queria Buenos Aires.
Fomos a feira livre de San Telmo, onde acontece todos os domingos do mês e encontramos especiarias, antiguidades, artesanato, produtos e coisas da atualidade e muita riqueza se falando em cultura e história local. Assim, finalizando o dia com um lanche, numa lanchonete pequena e simples que descobrimos mais pro final do que pro começo da nossa viagem, terminamos nossa estadia por lá. Só me restou passar no supermercado e comprar vinhos e alfajores pra trazer na volta.
Segunda feira, dia 26 de maio de 2014 - Byebye Argentina! Hello Uruguai!
Saímos de Buenos Aires por volta do meio dia, de Colônia Express (um catamarano que faz o trajeto atravessando o Rio La Plata, e dura em torno de 1:30h). Existem várias empresas que fazem essa viagem, como a BuqueBus, mas essa era a mais barata, então, tudo pela economia, resolvemos ir nessa mesmo! Chegamos a charmosa Colônia Del Sacramento.; cidadezinha pequena, jeitosa e encantadora, colonizada pelos Portugueses. Com um ar europeu, e simplicidade de um vilarejo, as casas, as arvores e a arquitetura te envolvem em um clima romântico. Ruas de pedra, e poucas coisas para "turistar", conhecemos rapidamente a cidade, onde paramos em um bistrô em meio as ruas de pedras pra almoçarmos e depois retornar a viagem. Fomos ainda ao farol da cidade, onde conseguimos observar toda a cidade e toda a margem do rio. Uma pena não ter ficado pro pôr do sol, que dizem, que é incrível.
Partimos por volta das 18h, e dessa vez nosso destino era Montevideo!
Fomos pra rodoviária e de lá pegamos um ônibus, cuja viagem demoraria em torno de 3h.
Chegamos sem saber aonde ficar, sem planejar pousada ou hostel. Graças a Deus, pessoas boas e disposta a ajudar ainda existem pelo mundo a fora. Fomos a central do viajante, na rodoviária de Montevideo, e lá, a atendente nos conseguiu um hostel, nos posicionou quanto aos bairros, indicou rotas, indicou onde ir e o que fazer. Tudo bem, esse realmente era o trabalho dela, mas fomos atendidas com tanta simpatia e receptividade que resolvemos até adoçar o dia dela, com um chocolate! :)
Chegamos ao hostel. Um tanto quanto roots. Paredes grafitadas, carpete, uns galhos em cima da mesa da recepção, e um ar muito, muito alternativo! (Como as coincidências existem, agora, escrevendo esse texto no meio da minha aula na auto-escola, estou com o fone ligado no ipad e com as músicas no shuffle. Adivinha o que ta tocando?? Reggae!! Dread Zeppelin kkkk) exatamente era esse o clima por lá... Livros, tv antiga, estofados desgastados (pra não dizer furado ou rasgados), pessoas de dread, ambientes meio escuros... Enfim, estamos falando de Uruguai, e estamos falando de roots, então vocês já devem imaginar que a "buena onda" rolava por lá! A área de convivência coletiva era esquisita, e como chegamos de noite, tava rolando um churrasco, e os garotos fumando maconha. Não era esse clima que procurávamos, então resolvemos passar uma noite, e esperar amanhecer pra poder trocar de hostel. Assim que acordamos tomamos café, e achamos um ótimo, não tão perfeito como o Mil House, de Buenos Aires, mas suficiente pra gente ficar mais 3 dias. Hospedamos e fomos rodar a cidade. Passamos pela cidade velha, fomos ao monumento no bairro de Pocitos que tinha uma enorme escrita com o nome da cidade, pra tirar aquela foto típica turista; Passamos pela Plaza Itália, fomos em um cassino (mas não jogamos) e tiramos foto na fonte dos cadeados (mas também não prendemos nenhum rs). Conhecemos mais alguns brasileiros no nosso hostel e mais uma vez ficamos amigos deles. Comemos em "casa" e bebemos vinhos ate a madrugada. Dia seguinte, novo destino!! Punta Del Este.
Fomos pra rodoviária, encaramos mais 2h de viagem e enfim chegamos ao balneário mais cobiçado do país. Por ser inverno, muitas lojas, restaurantes e shoppings fechados. A cidade funciona por completa somente no verão e como era o começo da era de frio e chuva, apenas algumas coisas do comércio que ficam abertas. Como Colônia, o centro de Punta é super pequeno, e com quase tudo fechado, foi rápido nosso passeio, mas muito legal, e super válido! Jantamos, tomamos um vinho, e a noite por volta das 20h retornamos ao nosso hostel em Montevideo. Chegamos e já fomos animadas pelos nossos amigos de lá a sairmos nessa noite. Era a nossa última, e claro, não podíamos deixar de ir.
Fomos ao um pub, ali no bairro mesmo, em Pocitos, super recomendado.... Na verdade de pub não tinha nada, era um bar, que tocava uma música latina alta, serviam pipocas à vontade e a cerveja era um pouco cara. Era o que tinha pra uma quarta-feira na capital uruguaia. Não ficamos muito, e logo retornamos ao nosso hostel, porque dia seguinte já era hora de dar tchau.
Trocamos os contatos com nossos amigos que fizemos por lá também, onde um era carioca, e mora pertinho de mim aqui no Rio, e o outro, paulista, super maneiro, engraçado e com aquele jeito de menino do interior, com sotaque mega carregado. Esse era mais que especial, não por si só, mas pelo exemplo de vida. Brasileiro, paulista, cadeirante e viajando sozinho pela primeira vez. Sua vontade em conhecer o mundo começou pelo Uruguai, e com essa experiência super positiva, sua motivação ficou ainda maior pra conhecer os 4 cantos do mundo e o Brasil a fora. A palavra mais dita por ele, e mais gargalhada por nós era 'chapilsky', hahahaha Traduzindo: ficar chapado, bêbado!!
E com todas essas pessoas, lugares e momentos, nos despedimos da nossa trip que chamamos desde o início de #10diascomelas !!! A triste notícia desse finzinho de viagem, foi que eu tive que deixar quase todas as garrafas de vinho que comprei pra trás, pois, meu excesso de bagagem estava altíssimo e elas eram pesadas... Depois deu me despedir de uma a uma, e acabar presenteando todos os funcionários do balcão da Gol, entramos no avião e prometemos antes de descer, que em breve a aventura continuaria, em outra cidade, estado, país, ou aonde quer que fosse. Seria refeita em algum momento, uma viagem, de avião, de carro ou de busão. Nos prometemos mais uma viagem... Juntas, nós duas...
Dia 29 de maio de 2014: Brasil, chegamos!!!
Pra ser sempre a viagem delas, com elas!
FIM
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