terça-feira, 14 de abril de 2009

Sitema de cotas agora também presente nas passarelas

A polêmica sobre os negros na moda voltou a ser assunto neste fim de semana. Uma reportagem publicada no jornal “Folha de S.Paulo” de domingo (12/04) fala da proposta do Ministério Público que prevê que todas as marcas do SPFW sejam obrigadas a cumprir cotas raciais em seus desfiles, como se fossem universidades públicas. Segundo a promotora que propôs a idéia, Déborah Kelly Affonso, “o percentual de modelos no evento (em torno de 3%) é bem menor que o de brancos. O objetivo da Promotoria é fazer um acordo de inclusão social”, afirma. O assunto, é claro, já rendeu pano pra manga. Paulo Borges, diretor do SPFW, avisou por meio da assessoria que “o fato de ter adotado um filho negro denota, por si só, sua posição política clara contra o racismo – por mais que a relação com o filho não seja comercial”. Já Hélder Dias, dono da agência de modelos negros HDA, acusa abertamente o evento de racismo: “Claro que existe (preconceito). É mais social do que racial. Se fosse um Pelé, um Barack Obama, ninguém iria ignorar”.


Por sua vez, Lino Villaventura teme que a exigência leve o mercado a um desabastecimento de modelos negras e conseqüente elevação de cachês das meninas disponíveis. Em conversa com Zeca de Abreu, sócio da agência Way, sobre a questão levantada por Lino. Para ele, as agências vão atender a demanda das marcas: “Estamos sempre buscando talentos, independente de serem negros, japoneses ou ruivos. Se a procura por negros aumentar, nós vamos aumentar a oferta”. Ele também defende que o pouco número de modelos negros nos desfiles e campanhas não é culpa das agências, mas dos publicitários e estilistas. “São eles quem têm que mudar os conceitos”, declara. Luis Fiod, sócio da agência Mint(Alcaçuz, Animale, PUC, Dzarm, entre outros), contesta a acusação de Hélder: “Uso a modelo que me chama atenção, aquela que tem proporção, que combina com o casting, com a proposta do trabalho… isso independe da cor dela. Desde que o mercado de fato produza um maior volume de boas modelos negras, a gente vai poder ter mais negras nos desfiles”.

Ele termina levantando um questionamento comum: “Esse tipo de obrigação é um preconceito ao contrário. E se começarem a querer cotas para os orientais, os índios, as loiras…?” Nesse caso, quem tem a reposta na ponta da língua é a promotora Déborah Kelly: “O fundamento histórico das cotas raciais é reparar injustiças cometidas desde a escravidão. Se você pegar a imigração japonesa, vai ver que eles não foram comprados para trabalhar aqui como escravos. Ao contrário: muitos vieram com incentivo fiscal. E a população de orientais no Brasil não chega a 1%”
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Nessa discussão toda, em quem ninguém quer segurar a batata quente, LL* quer saber a sua opinião. O que você acha das cotas raciais na moda? Deixe seu comentário!
Beijosss LL* se depede por aqui.

Um comentário:

  1. assunto mt polemico , vale a pena discutir.
    sou a favor da inclusão social,
    mas isso ainda vai dar o que falar...

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